Cortesã

Hoje é o meu aniversário
e a prenda vem a caminho
devagarinho.
Serás o corolário da comemoração.
As tábuas rangem de mansinho, denunciando a aproximação.
A minha escolha foi de antemão.
A opção da diabrura caiu na tua frescura
- ou o meu olho falha, ou não tens calo na profissão.
As tuas mãos tremem contra o corrimão da escadaria.
Temes o que te aguarda
corrói-te a perdição.
Ferve numa correria o sangue cortesão
da nova cativa da mansarda.
Nem anjo da guarda, nem fé ou convicção
exorcizam os demónios que te dançam no olhar.
O torpe caminhar tem na porta interrupção
oh não, já vieste longe demais para voltar.
É altura de entrar – estende a mão
vem-te entregar.
1 Comments:
estava a achar o texto familiar.. afinal andaste a marina-lo para o colocares no dia da mulher ;p
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